16 de maio, 2024

Mike Oldfield, com 19 anos, desbancou todo mundo em 1973 com Tubular Bells

Black Sabbath: Sabbath Bloody Sabbath
David Bowie: Aladdin Sane
Deep Purple: Who Do We Think We Are
Elton John: Goodbye Yellow Brick Road
Emerson, Lake & Palmer: Brain Salad Surgery
Genesis: Selling England by the Pound
Lynyrd Skynyrd: Pronounced ‘Leh-‘nérd ‘Skin-‘nérd
Aerosmith: disco de estreia
Pink Floyd: The Dark Side of the Moon

O que esses discos têm em comum?

1 – São maravilhosos
2 – Foram lançados em 1973
3 – Todos ficaram no chinelo para um disco chamado Tubular Bells, criado por um jovem que estava ainda aprendendo como gravar.

A estreia do multi-instrumentista inglês Mike Oldfield desbancou todos os grandes! O disco Tubular Bells coemçoua ser pensado quan do ele tinha ainda 17 anos, ois anos anters, e foi o primeiro pelo recém-criado selo Virgin de Richard Branson – e pasmem, segue sendo o disco mais vendido e conhecido de Oldfield até agora.

A gente falou sobre ele em um video, que está aqui!

E também em nosso podcast, aqui está a prova do crime!

 

Faltava o texto, mas não mais!

Vamos nessa!

Com uma duração impressionante de 49 minutos e 16 segundos, “Tubular Bells” é dividido em duas partes que ocupam cada lado do lançamento original em vinil. Mas não se deixe enganar pela longa duração; cada minuto deste álbum é uma jornada auditiva única e envolvente.
Inovação e Vanguarda

O que torna “Tubular Bells” verdadeiramente revolucionário é a sua abordagem inovadora à composição e produção musical. Desde o uso marcante de sinos até as guitarras elétricas gravadas na metade da velocidade, o álbum desafia as convenções musicais tradicionais e introduz novos elementos sonoros que cativam e surpreendem o ouvinte.

Na época de seu lançamento – embora fosse um álbum com som único em muitos aspectos – Tubular Bells estava intimamente associado à cena do rock progressivo. Na verdade, Oldfield tinha raízes nesta cena: anteriormente foi baixista de Kevin Ayers and the Whole World, banda que, al lado de Soft Machine, Gong e Caravan faziam parte do Canterbury Scene .

Detalhe: Tubular Bells ganhou ainda mais exposição quando a introdução da Parte Um foi usada no filme de 1973 de William Friedkin, O Exorcista.

Mas podemos voltar mais no tempo? É fundamental!
Na sua adolescência, Mike Oldfield já sentia os efeitos colaterais da vida de músico em turnê: as longas viagens, o desgaste físico e as limitações das apresentações ao vivo. Ele sabia que queria mais, que havia um mundo de possibilidades sonoras a ser explorado além dos palcos. Seu sonho era criar um álbum que aproveitasse ao máximo as capacidades técnicas e criativas de um estúdio de gravação.

Evoluindo no estúdio
Embora nomes como Brian Wilson e Beatles tenham iniciado essa tendência de experimentação em estúdio nos anos 60, foi na década de 1970 que a tecnologia realmente decolou. Com o desenvolvimento de máquinas de fita de 16 faixas capazes de gravação estéreo, as possibilidades de sobreposição e mixagem de sons se expandiram exponencialmente. Era o momento perfeito para um visionário como Mike Oldfield entrar em cena.

A preparação e a produção de “Tubular Bells”
Antes de se instalar no Manor, um prédio histórico do século 16 adquirido e transformado em estúdio por Richard Branson, Oldfield já havia esboçado várias seções de “Tubular Bells”. Ele gravou demos dessas composições em fitas cassete, um método simples, mas eficaz para capturar suas ideias musicais iniciais.

Ao entrar no Manor, Oldfield encontrou o ambiente perfeito para dar vida à sua visão criativa. Com acesso a equipamentos de ponta e um espaço dedicado para experimentação, ele começou a trabalhar intensamente na produção de “Tubular Bells”, explorando as infinitas possibilidades de sobreposição, mixagem e manipulação sonora que o estúdio oferecia.

Um motivo repetido em 15/8
O que torna a Parte Um de “Tubular Bells” tão memorável são os primeiros três minutos e meio, onde um motivo musical é repetido na tonalidade de lá menor, usando um incomum compasso de 15/8. Esse compasso, pouco convencional para o rock da época, aliado ao som minimalista de um piano de cauda, cria uma atmosfera hipnotizante e ligeiramente surreal que captura imediatamente a atenção do ouvinte.

Modulações e variações
Ao longo da Parte Um, esse motivo musical é habilmente modulado e repetido em diferentes estágios, culminando com sua interpretação em um violão espanhol na tonalidade transposta de Mi maior. Essas variações adicionam profundidade e complexidade à composição, tornando-a uma experiência auditiva rica e envolvente.


O multitalentoso Mike Oldfield

Embora seja principalmente conhecido como guitarrista, Mike Oldfield demonstrou sua versatilidade como músico em “Tubular Bells”. Antes de embarcar nesse projeto, ele já tinha experiência com uma variedade de instrumentos de cordas, teclado e percussão. Contrariando a percepção popular de que ele teria usado overdubs intermináveis para criar uma orquestra individual, Oldfield tocou realmente a maioria dos instrumentos presentes no álbum.

Ao todo, ele utilizou cerca de dez instrumentos, que incluem desde guitarras elétricas e acústicas, piano de cauda e órgão de tubos, até glockenspiel, tímpanos e, é claro, os famosos sinos tubulares.

Escolhidos como título do álbum e alvo de grande alarde no final do primeiro lado, os sinos tubulares constituíram uma espécie de novidade e fonte de fascínio para os ouvintes.

Uma série de tubos de metal de comprimentos variados, quando os sinos tubulares são tocados, lembram o som dos sinos da igreja. Comumente usados ​​na música clássica, no mundo do rock os sinos tubulares eram uma quantidade relativamente desconhecida – em parte devido à exposição proporcionada pelo trabalho de Oldfield, vários bateristas de rock e rock progressivo também adicionaram sinos tubulares ao seu arsenal percussivo durante os anos do rock de arena da década de 1970.

Outro aspecto inovador de Tubular Bells foi o uso de “guitarras rápidas”: guitarras elétricas gravadas na metade da velocidade e depois trazidas de volta à velocidade normal na reprodução. Isso significava que as notas produzidas eram mais altas do que a faixa normal de notas possível na guitarra. Esta técnica foi usada para criar os efeitos de bandolim ouvidos em várias partes do álbum.

Uma distorção personalizada foi usada para criar as “guitarras de gaita de foles” (assim chamadas porque seu som é semelhante ao da gaita de foles) ouvidas no lado dois. E no final do lado dois ouve-se uma melodia familiar: o arranjo de Oldfield para Sailor’s Hornpipe encerra o álbum.

Mike Oldfield demonstrou certa hesitação em embarcar em uma turnê com seu icônico álbum “Tubular Bells”. mas ele acabou tocando no Queen Elizabeth Hall com Kevin Ayers, Fred Frith, Steve Hillage e Mick Taylor, só para citar alguns!

Antecedendo hits como “Bohemian Rhapsody” do Queen, este trabalho é único para a inovação musical baseada em estúdio. Durante uma época em que o rock voltado para álbuns dominava a indústria musical, o álbum de Oldfield indiscutivelmente estabeleceu um padrão crítico para a criatividade e experimentação.

A inspiração por trás de “Tubular Bells” remonta aos dias de adolescência de Mike Oldfield. O prodígio britânico compôs suas próprias peças musicais com a aspiração de um dia vê-las gravadas e divulgadas ao mundo.

Surpreendentemente, Oldfield conseguiu gravar “Tubular Bells” em um ritmo impressionante, levando apenas uma semana para registrar a primeira parte deste álbum revolucionário.

Mike Oldfield, o visionário por trás de “Tubular Bells”, inicialmente considerou intitular seu álbum de estreia como “Opus One”. No entanto, um acaso criativo mudou o curso de sua obra-prima.

Ao coletar os instrumentos usados por John Cage em uma sessão de gravação, Oldfield deparou-se com sinos tubulares. Fascinado pelo som peculiar, ele decidiu incorporá-los ao seu projeto, culminando no título que definiria a identidade do álbum.

LembRando que Oldfield tocou piano de cauda, órgãos Farfisa, Hammond e Lowrey, uma porrada de guitarras, baixo elétrico, bandolim (e um “falso” mandolin), flageolet e uma diversidade de percussões. Ah, mas teve ajudinha também!

– Steve Broughton: tocou bateria
– Jon Field: Membro fundador da banda ‘Jade Warrior’, Field é reconhecido por sua habilidade com a flauta.
– Vivian Stanshall: Líder do ‘The Bonzo Dog Doo Dah Band’,que faleceu em 1995 em um incêndio dome´stico. Ele tinha 52 anos.
– Os produtores Tom Newman e Simon Heyworth, para um monte de coisa
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Aroldo Antonio Glomb Junior é jornalista e Athleticano!

Sobre o colunista

Aroldo Glomb

Jornalista formado. Podcaster. Conhecido no meio da música como “Dr. Rock”.

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