Por Francisco Tramujas
A perda auditiva raramente é percebida de um dia para o outro. Ela se instala lentamente, começando com pequenos sinais: dificuldade em ouvir sons mais baixos, dificuldade em entender conversas em ambientes barulhentos ou mesmo a sensação de que todos ao seu redor começaram a “falar baixo”. Quando finalmente percebemos a gravidade, o dano já está avançado. Curiosamente, a má gestão em uma empresa segue um caminho assustadoramente semelhante.
Aprendi muito sobre perda auditiva com minha irmã mais nova, que é fonoaudióloga e empresária de um mercado em constante crescimento. No setor de aparelhos auditivos, é comum ouvir histórias de pacientes que demoram anos para admitir que estão perdendo a audição. A negação inicial, seguida de tentativas de se adaptar ao problema sem solucioná-lo, agrava a situação. Na gestão empresarial, a dinâmica é parecida: pequenos erros, negligências e decisões mal informadas começam a acumular efeitos no desempenho da empresa.
O Perigo da Surdez Gerencial
Na psicologia, existe o conceito de “cegueira inatendida”, que ocorre quando deixamos de perceber mudanças graduais porque estamos distraídos ou acostumados à situação. Daniel Goleman, autor de Inteligência Emocional, fala sobre como líderes devem estar atentos não apenas ao que está evidente, mas também ao que está por vir. Quando líderes ignoram sinais de alerta – seja um turnover elevado, reclamações de clientes ou quedas sutis na produtividade – estão permitindo que o problema cresça, como uma perda auditiva que avança sem tratamento.
Jim Collins, em seu livro Empresas Feitas para Vencer, aborda a importância de ouvir e interpretar os sinais do mercado e da própria equipe. Ele enfatiza que grandes empresas caem não por grandes desastres, mas por uma sequência de más decisões que poderiam ser evitadas. Um gestor que não escuta sua equipe ou ignora dados críticos é como alguém que evita fazer um teste de audição, mesmo sabendo que algo está errado.
A Solução: Escutar para Liderar
No mercado de aparelhos auditivos, o avanço tecnológico permite que pessoas recuperem não apenas sua audição, mas também sua qualidade de vida. Para líderes, a analogia é clara: ouvir mais – seja a equipe, os clientes ou os indicadores financeiros – é essencial para evitar que problemas pequenos se transformem em crises maiores.
Boas práticas de gestão incluem:
- Feedback contínuo: Assim como visitas regulares ao fonoaudiólogo podem evitar problemas auditivos mais graves, o feedback constante ajuda a corrigir rotas.
- Monitoramento de indicadores: Perder os sinais sutis de um problema financeiro ou operacional pode ser fatal. Mantenha os KPIs sempre no radar.
- Treinamento e aprendizado constante: Investir em si mesmo e na equipe é como manter aparelhos auditivos calibrados – uma garantia de funcionamento pleno.
Por fim
A má gestão, assim como a perda auditiva, pode ser silenciosa e gradual, mas suas consequências são profundas. A diferença está na disposição de reconhecer o problema e buscar soluções. Assim como o mercado de aparelhos auditivos oferece soluções inovadoras, o mercado de gestão também é rico em ferramentas e metodologias para que líderes ouçam melhor e tomem decisões mais assertivas.
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