Se você pensa que música clássica é música antiga e apenas para velhos, recomendo abandonar este conceito mais raso que sopa em pires e apreciar compositores e obras mais recentes, como a incrível Sinfonia n.º 5, do canadense Jacques Hétu, uma obra para orquestra escrita em 1997.
A Sinfonia nº 5 em quatro movimentos tem momentos de beleza, especialmente no começo. Ok, vai lá… lembra uma obra de Dmitri Shostakovich? Bem, essa era a referência do canadense.
Vale lembrar que Jacques Hétu, natural de Quebec, faleceu dia 9 de fevereiro, três semanas antes da estreia desta que foi a sua última grande obra.
Mas pelo menos ele sabia que sua Sinfonia n.º 5 seria executada, com todas as honras, durante o Festival anual de Novas Criações da Orquestra Sinfônica de Toronto.
Tal qual a Nona de Beethoven, a Quinta de Hétu tem no último movimento um final coral. Ou seja, aqui os três primeiros movimentos retratam Paris antes, durante e depois da invasão nazista em 1940, enquanto o quarto movimento é o poema de Paul Éluard, “Liberté”, musicado e com coral.
Detalhe: este poema, na segunda guerra, foi impresso em folhetos e jogados por aviões ingleses na França ocupada para reforçar o moral da resistência francesa, em 1942.
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