Por que os preços sobem? O Terror dos “Farialimers” e a Realidade Econômica

Por que os preços sobem? O Terror dos “Farialimers” e a Realidade Econômica

Por Francisco Tramujas

O Brasil segue apresentando indicadores econômicos robustos: PIB em alta, desemprego em queda e recordes no consumo. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, isso não significa que os preços dos alimentos e produtos vão necessariamente cair.

 

Pelo contrário, em determinados momentos, o avanço econômico pode gerar um efeito colateral natural: a inflação por demanda, onde a procura supera a oferta e pressiona os preços para cima.

 

A Lei Básica da Economia: Oferta e Demanda

A dinâmica é simples: quando mais pessoas têm dinheiro para gastar, a demanda por produtos e serviços aumenta. Se essa demanda cresce mais rápido do que a capacidade de produção e distribuição, os preços sobem.

 

Isso se aplica especialmente a itens essenciais como alimentos e bens de consumo populares. Se o poder de compra da população cresce rapidamente e a oferta desses produtos não acompanha esse ritmo, a consequência inevitável é uma pressão inflacionária.

 

Exemplo clássico:

➡ Aumento da renda → Mais pessoas comprando carne, arroz e feijão.

➡ Capacidade produtiva limitada → O setor agrícola não consegue aumentar a produção no mesmo ritmo.

➡ Resultado? Os preços sobem, mesmo com a economia crescendo.

 

O Impacto do Plano Safra e o Mercado Externo

Nos anos de 2024 e 2025, o governo brasileiro injetou no agronegócio mais de R$ 500 bilhões através do Plano Safra, com o objetivo de garantir comida no Brasil sem a alta de preços. No entanto, a elevada demanda externa por alimentos, somada ao câmbio em alta, fez com que muitos dos grandes produtores rurais brasileiros priorizassem o mercado exterior. Como resultado, mesmo com um forte incentivo governamental, a produção voltada ao mercado interno não foi suficiente para impedir a elevação dos preços dos alimentos no Brasil.

 

Inflação “Boa” ou “Ruim”?
Num primeiro momento, a alta dos preços impacta o poder de compra da população, tornando alguns produtos menos acessíveis. Mas esse não é um fenômeno puramente negativo. O mercado tende a se ajustar de duas formas principais:

 

  1. Aumento da Oferta – Se a demanda está alta e os preços subiram, os produtores e indústrias terão incentivo para ampliar sua capacidade. Novas fazendas são abertas, fábricas aumentam turnos de produção, empresas investem para suprir esse novo consumo.
  2. Competição por Mão de Obra – Com a economia aquecida, as empresas disputam profissionais, elevando salários para atrair e reter talentos. Essa oferta agressiva de empregos gera um novo ciclo econômico: mais gente empregada, salários subindo, maior poder de compra, novo ajuste de mercado.

 

É exatamente assim que funciona em economias desenvolvidas. O mercado se regula, e o crescimento passa a ser sustentável.


O Terror dos “Farialimers” e a Realidade Econômica

O terror que muitos analistas da Faria Lima, ou “Farialimers”, incutem no mercado de que uma depressão econômica se avizinha devido à alta dos preços dos alimentos me faz pensar se muitos destes pseudo economistas não fugiram da aula de economia. A economia é cíclica e os ajustes fazem parte do crescimento, sem que isso necessariamente signifique uma crise iminente.


O Que Isso Significa Para o Empresário?

Se você é empresário, já percebeu o impacto direto: encontrar bons profissionais está cada vez mais difícil. Isso porque, quando o desemprego é baixo, os trabalhadores ganham poder de barganha, escolhendo melhores condições e forçando as empresas a oferecer salários e benefícios mais atrativos.

 

Consequências diretas:

✔ Maior custo com folha de pagamento.

✔ Necessidade de investir em tecnologia e automação para compensar a falta de mão de obra.

✔ Competição acirrada entre empresas para atrair profissionais qualificados.

 

É o efeito colateral de uma economia que cresce rápido: o capital precisa disputar espaço com o trabalhador, que antes estava mais vulnerável.

 

Crescimento e Inflação São Parte do Mesmo Ciclo

O crescimento econômico traz consigo um ajuste natural de mercado, onde preços sobem, oferta se ajusta e salários crescem para compensar. Isso já aconteceu em diversos momentos da economia global e não deve ser visto como um problema estrutural, mas sim como uma fase natural do ciclo econômico.

 

O importante é que empresários e consumidores entendam esse movimento e saibam aproveitar as oportunidades: quem investe na produtividade e no longo prazo sairá na frente.

 

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Sobre o colunista

Francisco Tramujas

Especialista em Planejamento estratégico com foco nas seis áreas da Gestão (Estratégia, Financeiro, Pessoas, Comercial e Marketing, Processos e Projetos).

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