O fascinante mundo do mercado de trabalho, onde o talento, a competência e a transpiração são jogados na fogueira das vaidades, queimados, deixados de lado, simplesmente abandonados em prol da adulação. É como se tivéssemos entrado em um reality show corporativo, onde os participantes precisam não apenas mostrar suas habilidades, mas sim fazer alianças e jogadas políticas dignas de um dramalhão mexicano.
Mas, convenhamos, quem precisa de competência quando se tem contatos e relacionamentos?
A era em que contratar pessoas melhores que você era uma estratégia de sucesso parece ter ido embora como as fitas cassetes. Agora, o segredo é ter um telefone cheio de contatos e uma habilidade afiada para o puxa-saquismo. É como se o sucesso profissional dependesse mais de quantos coquetéis você pode frequentar do que de quantos relatórios você pode produzir.
Para os nostálgicos, que ainda acreditam na velha fórmula do suor, talento e sorte, o mundo mudou. A nova fórmula é algo como: 20% suor (afinal, não podemos esquecer completamente a importância de trabalhar), 5% talento (porque é bom manter as aparências), 5% sorte (vai que cola), 40% conhecer alguém (preferencialmente com um cargo importante) e 30% não ter freio para o fim (não desista até conseguir o que deseja).
Agora, o puxa-saquismo é a moeda corrente. Você pode ser o gênio da sua área, mas se não souber agradar o chefe ou o colega influente, está fadado a ser apenas um mero coadjuvante na sua própria carreira. Afinal, quem se importa com méritos quando você pode simplesmente sorrir, concordar com tudo e fazer elogios exagerados?
Então, meu amigo, prepare-se para abraçar o puxa-saquismo como uma arte. Seja o melhor amigo do chefe, frequente todos os eventos sociais da empresa e, quem sabe, até crie um clube de fãs com o nome “Puxa-Sacos Anônimos”. Porque, no final das contas, o que importa não é o que você sabe, mas quem você conhece.
É a era do “puxe o saco, ou fique para trás”. Boa sorte!
(Este texto contém altas doses de ironia e não expressa a opinião do autor)